Histórico

O Simpósio sobre Linguagem e Cognição (LINCOG) foi planejado, em sua primeira versão, para abrir um espaço em que discussões e debates sobre o tema em variadas perspectivas pudessem ser levadas a cabo na região sudeste, mais especificamente em São Paulo.

Variados foram os movimentos brasileiros que conduziram para o centro da atenção científica a temática da cognição em correlação com a linguagem, e esse fenômeno tem alimentado justamente a diversidade de ideias, de métodos e de objetos que se encontram para afinarem-se, reconhecerem-se e criarem rumos marcados pelas descobertas ainda tímidas que aplanam áreas diversas no estudo da língua e da cognição.  O  LINCOG é um desses espaços.

A Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Federal de São Paulo foram os anfitriões em 2014 e convidaram ampla comunidade acadêmica para participar desse evento, realizado entre os dias 10 e 14 de novembro de 2014, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), no campus da Cidade Universitária (Butantã). O Simpósio destinou-se à discussão de resultados de pesquisas voltadas a uma abordagem cognitivista, funcionalista ou cognitivo-funcional dos fenômenos linguísticos e multimodais, valorizando uma abordagem multi ou interdisciplinar da linguagem em sua interface com os aspectos conceptuais, interacionais e sociais, mas as demandas suplantaram esse recorte, trazendo vários campos satélites para posições centrais dos debates.

Durante os cinco dias de programação, os trabalhos foram apresentados por seus autores e as discussões foram enriquecedoras. Uma estratégia aproximou sobremaneira os participantes nas conversas durante os cafés e mesmo nos momentos que cercaram o evento em si: o curso ministrado, com toda a competência, pelo Prof. Dr. Dirk Geeraerts, da Universidade de Leuven (Bélgica) entre os dias 11 e 13 de novembro, sob o título: Diachronic Semantics in Cognitive Linguistics. Esse curso adicionou aos trabalhos uma carga de estudo de 9 horas entre aulas expositivas e debates. O programa desenvolvido foi o seguinte: 1. Diachronic prototype semantics; 2. Metonymical patterns through time; e 3. Metaphor and cultural history.

Vieram agregar esforços as professoras Doutoras Edwiges Morato (UNICAMP), Nilza Barrozo Dias (UFF), Maria Jussara Abraçado de Almeida (UFF) e Renata Barbosa Vicente (UFRPE), as quais apresentaram suas contribuições para o projeto inicial do LINCOG. Além delas, foram integrados alguns grupos de pesquisa com discussões singulares na reunião temática: V Seminário do Projeto de História do Português Paulista II, com apresentações e debates referentes ao andamento das pesquisas do projeto temático financiado pela FAPESP, e o IX Encontro Anual do Grupo de Pesquisa Linguagem e Cognição, com mesas-redondas incluindo pesquisas mais recentes sobre processamento cognitivo e seus efeitos na linguagem.

A nova instância do LINCOG (II LINCOG), programada para ocorrer em novembro de 2016 (21.11 a 25.11), busca consolidar, de modo efetivo, a parceria entre pesquisadores orientados para o diálogo entre cognição e linguagem na USP e na UFF em termos da organização conjunta do evento e da divisão de atividade entre os campi: a UFF sediará o evento entre 21 e 23 de novembro, e a USP, entre 24 e 25 de novembro. Para essa nova edição, foram convidados o prof. Dr. Christian Lehmann (Erfurt Universität), que ministrará dois minicursos Referência e anáfora/Referência e individuação, e a profa. Dra. Marcia Schmalz (Universidade de Macau), que oferecerá um workshop sobre possibilidades de aplicação científica do Eyetracking. 

Assim, espera-se que o II LINCOG possa congregar ainda mais pesquisadores do que a primeira edição, que contou com participantes de diversas universidades brasileiras – USP, UFF, UFRGS, UFMG, UFJF, UFRJ, UNIFESP, PUCSP, UNICAMP, UFPB, UNEB, UNISINOS, UNESP, UNIP, PUCRS. Tal diversidade revela um aumento gradativo da consolidação dos estudos cognitivos e cognitivo-funcionais sobre a linguagem no país, o que aponta para a necessidade de eventos científicos que permitam estabelecer diálogos cada vez mais profundos e parcerias cada vez mais estreitas entre pesquisadores desse campo no Brasil.